Embora a maioria das pessoas não tenha conhecimento, até o final da década de 60, Porto Alegre promovia regularmente eventos automobilísticos em suas principais avenidas. As corridas de até 500 quilômetros de extensão eram divididas por circuitos, sendo o circuito da Pedra Redonda considerado o mais complexo e desafiador de todos. Ele passava pelos bairros Tristeza, Vila Conceição, Cavalhada e Ipanema, na Zona Sul da cidade. As ruas: Coronel Marcos, Juca Batista, Otto Niemayer e Wenceslau Escobar.
Nesse contexto, as provas tinham dimensão internacional, contando também com a participação de pilotos estrangeiros. As chamadas carreteras eram carros extremamente pesados que não possuíam quase nenhuma tecnologia e itens de segurança. Capacetes ou cintos de segurança eram praticamente simbólicos. Mesmo assim, em 1963 o piloto José Asmuz venceu a prova em 3 horas e 36 minutos, à média de incríveis 138 km/h.
Durante muitos anos as famílias se aglomeravam nas calçadas dos bairros para ver as carreteras passarem. Não sendo necessário pagar ingresso, bastava escolher o melhor local e assistir a prova. As corridas consideradas apaixonantes eram igualmente perigosas, tendo por vezes como conseqüência a morte de pilotos e expectadores. Fato que gerou a proibição da modalidade nas ruas e a consequente criação do autódromo de Tarumã.
Essas corridas representavam mais que uma prática esportiva, mas um acontecimento social da população que reunia multidões, onde pilotos representavam as suas cidades. A última corrida foi realizada no ano de 1968, determinando assim o fim do ciclo das carreteras em Porto Alegre.
Richard Vitt
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