Ser simples com estilo

Dezembro de 2019,  a vida seguindo seu fluxo:

Trabalho, escola, casa, lazer, vida social, restaurantes, festas. Uns mais, outros menos, uns mais acelerados, outros mais lentos, agendas cheias, inclusive de crianças, prédios comerciais lotados, prédios residenciais também. Correria, falta de tempo, inclusive pra família, trânsito cheio, cidade intensa, e eis que de repente vem a avassaladora notícia de um vírus novo que ataca o sistema respiratório inclusive os pulmões, descoberto na China, e de lá escapando pro mundo. Em menos de 3 meses tomou conta, assustando a todos. Tentaram alertar e segurar, mas a velocidade dele foi maior.

Março de 2020, decretado isolamento das cidades, escolas fechadas, escritórios,  empresas. Tentativa de evitar um colapso na Saúde e a propagação do vírus.

Em um primeiro momento o susto, e a resistência,  depois, a adaptação e a necessidade de mudar muita coisa,  principalmente o ambiente em que estávamos vivendo. 

Muitas famílias, tendo que passar 24h sob mesmo teto, entre convívio normal, trabalho remoto e escola remota, optaram por sair de seus apartamentos e se mudar para uma casa, sendo em condomínio ou em bairro. 

Nas imobiliárias e escritórios de arquitetura, a demanda por estes espaços aumentou muito!

Condomínios que ainda tinham terrenos e casas à venda,  passaram a ficar escassos, tamanha a procura! Entre construções e reformas, encontraram neste mercado, sua nova forma de viver. 

Junto à isso, naturalmente o estilo de vida foi mudando. Com a proibição de sair, a desaceleração foi imposta.

E aí,  o mundo foi se dando conta de que estávamos acelerados e acumulados demais.

Descobrimos como viver com menos, com o necessário,  e bem. Descobrimos que a velha frase: “menos, é mais”, é certa.

Começamos a nos ver melhor, nos conhecer melhor, sentimos que nossos espaços (internos e externos) também precisavam de uma “reforma”, de organização…

A vida mudou, claro que muitos pra melhor, e pra outros nem tanto. Como tudo. 

Sentimos saudades da família,  dos amigos, sabíamos que ia passar, mas precisávamos desacelerar… dar um tempo.

Também assistimos a cidade esvaziar suas ruas, os pássaros começaram a cantar mais. O ar ficou mais puro, e como tudo na vida: tudo tem seu lado bom, e ruim, depois da tempestade sempre tem o arco-íris.. basta querermos ver.

Descobrimos que o luxo nem sempre está nos itens mais caros, mas sim em ter um lar, saúde, família e o básico pra viver…

E que a liberdade nem sempre está no “ir e vir”, e sim na paz de espírito. 

Quem souber tirar estas lições de um momento de dor, pode se considerar rico e posteriormente livre.

E por fim, precisamos buscar novas respostas, tomar decisões ágeis e encontrar a simplicidade em meio à tantas exigências, e é por isso que a frase atribuída à Leonardo Da Vinci ou John Sculley: “A simplicidade é o último grau da sofisticação” nunca foi tão perfeita.