No dia de hoje celebramos 80 anos de histórias e tradição no Guaíba!
Para celebrar essa conquista iremos relembrar os momentos mais marcantes de nossa história. Confira um pouco mais sobre os 80 anos do Clube dos Jangadeiros!
1941: COMO NASCEU O JANGADEIROS
O Clube dos Jangadeiros foi fundado em 7 de dezembro de 1941, ao final de um ano em que Porto Alegre fora assolada pela maior enchente da história do rio Guaíba. A ideia de sua fundação nasceu da inspiração do Sr. Leopoldo Geyer que liderou um pequeno grupo de apreciadores da vela que residiam na zona sul e que se ressentiam da falta de um clube de vela na região.
Em novembro de 1941, Leopoldo adquiriu a chácara onde está situada a sede do continente e então saiu à procura de sócios para a criação dos Jangadeiros. No dia 7 de dezembro daquele ano foi festivamente fundado o Clube, contando já então, com 98 sócios fundadores.
Hoje, o clube tem muitos sócios e, em dezembro está completando 80 anos de profícua existência, com uma trajetória brilhante no esporte da vela, tendo conquistado, ao longo desse tempo, vários campeonatos nacionais, sul-americanos e mundiais e tendo, inclusive, participado de 8 olimpíadas. Além disso, organizou e sediou 4 campeonatos mundiais de vela, além de inúmeros sul-americanos e brasileiros.
É em função desse invejável acervo de realizações e conquistas que o Clube dos Jangadeiros é hoje, conhecido e respeitado no circuito mundial do iatismo.
1950: A DÉCADA DOS ANOS DOURADOS DO JANGADEIROS
Chegamos a década de 1950, conhecida como os anos dourados do Jangadeiros. Um período de grandes conquistas esportivas e da realização do sonho de Leopoldo Geyer de difundir e expandir a prática do iatismo na capital gaúcha.
Depois de uma primeira década de muitas melhorias na parte estrutural, os avanços continuaram nos anos 50. Uma construção marcante foi a do pavilhão para lanchas, localizada na divisa sul do terreno. 1953 foi um marco, especialmente, pela participação de nossos atletas em campeonatos fora das águas do Guaíba pela primeira vez. Na Regata Escola Naval no Rio de Janeiro, quatro duplas do CDJ foram competir: Arno Keller/Werner Stadtländer, Edmundo Soares/Horst Siegmann, Kurt Keller/Rolf Nehm e RomarLindau/Heinz Müller. Nesta década também Gabriel Gonzalez e Nelson Piccolo conquistaram o Campeonato Brasileiro de Snipe. Na classe Sharpie 12m2, o triunfo foi de Gastão Altmayer e Rogério Christo.
1959 com certeza foi um dos anos mais importante da história do Clube dos Jangadeiros. Em 1959, organizamos e sediamos o Campeonato Mundial da Classe Snipe, o primeiro realizado no Hemisfério Sul. Foram meses e meses de trabalho intenso na construção dos 20 barcos que iriam competir no torneio e no preparo de toda a infraestrutura que um evento desse porte exige.
A competição ocorreu com sucesso absoluto e projetou o nome do Clube no circuito mundial do iatismo.
1960: A DÉCADA DO INÍCIO DA CONSTRUÇÃO DA NOSSA ILHA
Se os anos 1950 foram marcados pelas primeiras conquistas nacionais do Clube dos Jangadeiros e a organização do primeiro Campeonato Mundial de Snipe do Hemisfério Sul, a década de 1960 ficou para história com o início da construção da nossa Ilha. Não que os títulos brasileiros e internacionais tivessem cessado. Pelo contrário, nossos atletas continuavam subindo no lugar mais alto do pódio.
Dia 5 de abril de 1962 foi um marco para o Clube dos Jangadeiros. Nesta data, nosso Conselho Deliberativoaprovou, em uma reunião memorável, o projeto de construção da Ilha. Era dado primeiro passo para essa que foi a maior obra de infraestrutura do CDJ. No início de 1964, começaram as obras físicas da nossa Ilha, com a colocação das primeiras pedras dos molhes de proteção. No mesmo ano, o Jangadeiros sediou o Campeonato Sul Americano de Penguin.
O ano de 1967 sacramentou mais uma década do nosso DNA vencedor. Conquistamos o Mundial de Snipe com Nelson Piccolo e Dedá De Lorenzi e a Medalha de Ouro no Panamericamo de Snipe com a mesma dupla. Os dois ainda foram campeões do Brasileiro da classe Snipe.
1970: A DÉCADA DA INAUGURAÇÃO DA SEDE DA ILHA
A década de 1970 foi marcada por uma grande revisão no Estatuto do Clube, devido a criação do Titulo Proprietário Ilha. Na ocasião, foi oferecida aos associados à oportunidade de trocarem seus Titulo de Proprietário pela nova modalidade, com desconto. A alternativa foi muito bem recebida e os recursos necessários para as obras da Ilha foram conseguidos. Em 1980, a Sede era inaugurada.
O Clube continuava crescendo. Em dezembro de 1975, a Escola de Vela Barra Limpa era inaugurada – uma doação do casal Werner e Luciê Husche. O Jangadeiros também passava a incluir mais uma classe em seu rol. Era chegada a vez da Optimist.
O ano de transição entre as décadas marcou a inauguração da obra mais importante do nosso Clube, a Sede da Ilha. Lá, foi construído o primeiro módulo do pavilhão de monotipos, que, com o tempo, foi sofrendo modificações à medida que o número de embarcações atracadas crescia.
A data também foi da realização de mais um evento náutico de grande porte. O Clube dos Jangadeiros organizava e sediava o Campeonato Mundial de 470.
1980: A DÉCADA DO SURGIMENTO DO TROFÉU CAYRU
Com a inauguração da Ilha em 1980, nosso Clube passava a ter um novo e belo espaço para oferecer mais alternativas aos associados. A década foi marcada por algumas mudanças na nossa infraestrutura, inúmeros títulos nacionais e internacionais, mais uma participação olímpica, mas, principalmente pela criação de um dos nossos maiores tesouros o Troféu Cayru.
No dia em que o Clube completava 40 anos foi inaugurado, na entrada da Ilha, um monumento com uma placa alusiva à conclusão das obras. A nossa Ilha ainda seria aumentada em mais duas ocasiões Neste mesmo ano, foi instituído pelo Comodoro Carlos Voegeli o Troféu Edmundo Soares. A honraria premia anualmente, no aniversário do Clube, o velejador destaque do ano.
Mas foi no ano de transição de uma década para outra que foi realizado o maior feito: a instituição do Troféu Cayru. O campeonato é uma homenagem ao idealizador e criador do Clube, Leopoldo Geyer, e leva no nome o batismo de uma das embarcações do nosso patrono. A competição para veleiros de Oceano e Cruzeiro é disputada anualmente e já está na sua XXXI edição.
1990: A DÉCADA DO CINQUENTENÁRIO DO CLUBE DOS JANGADEIROS
Os anos de 1990 ficaram marcados por três grandes eventos: o cinquentenário do Clube e a organização dos Mundiais de Snipe e 470. Os títulos, as mudanças na infraestrura e a participação em mais uma Olimpíada também foram destaques da década.
O início da década também foi marcado pelos campeonatos importantes que sediamos. Em 1991, foram cinco. Os campeonatos Sul-americanos de Snipe e de Optimist e os brasileiros de Snipe, 470, Hobie Cat 16 e Super Cat 17. Neste ano também organizamos a segunda edição do Troféu Cayru de Vela de Oceano.
Em 1993, pela segunda vez, o Clube recebia o Campeonato Mundial de Snipe. Ao todo, 157 velejadores dos Estados Unidos, Bahamas, Bélgica, Chile, Dinamarca, Espanha, Finlândia, Inglaterra, Itália, Japão, Noruega, Paraguai, Porto Rico, Portugal, Suécia, Uruguai e Brasil participaram da competição. Nando Krahe e George Nehm, representando o CDJ, ficaram com a segunda colocação.
Na década as obras no Jangadeiros também foram intensas. Construímos um pavilhão para abrigo de lanchas, localizado na Ilha. Esta obra serviu já para o Campeonato Mundial de 470, que sediávamos pela segunda vez, e para o Brasileiro de Optimist.
2000: A DÉCADA EM QUE O JANGADEIROS CONQUISTA A SUA PRIMEIRA MEDALHA OLÍMPICA
O milênio pode até ter mudado, mas as conquistas, as modernizações na infraestrutura seguiam como se quase nada tivesse sido alterado, exceto os números nas folhas do calendário. O Clube mais charmoso do Brasil continuava a sediar campeonatos, vencer títulos, passar por revitalizações e, pela quarta e quinta vez, representar o país em uma Olimpíada. Mas, em 2008, veio o grande feito. Fernanda Oliveira e Isabel Swan são as primeiras mulheres a subirem ao pódio em uma Olimpíada na vela.
No ano de 2000 o multicampeão Alexandre Paradeda ao lado de Eduardo Paradeda venceram o Mundial e o Brasileiro de Snipe. Com tamanha supremacia nacional no 470, o Jangadeiros pela segunda Olimpíadas consecutiva representava o Brasil na classe em ambos os naipes. Em Atenas, Alexandre Paradeda e Bernardo Arnt e Fernanda Oliveira e Adriana Kostiv foram os membros da delegação na categoria. Invictos há 4 anos no 49er, André Fonseca e Rodrigo Duarte também fizeram parte da equipe nacional nos Jogos Olímpicos. Esta era a quarta participação do Clube no maior campeonato esportivo do Mundo.
E os Jogos Olímpicos de Pequim em 2008 foram inesquecíveis. Pela quinta vez, o CDJ levava tripulações para a disputa de uma Olimpíada. O ótimo ciclo olímpico e o desempenho na China garantiu as Fernanda Oliveira e Isabel Swan atletas a medalha de bronze. O resultado fez com que elas entrassem para a história da vela brasileira com as primeiras mulheres do esporte a subirem ao pódio.
2010: A afirmação Olímpica
O início da nova década foi marcado por títulos e organizações de campeonatos. Foram três grandes competições sediadas no Jangadeiros: o Sul-americano, o Brasileiro de 49er e o Nacional de Snipe. Além da participação de atletas do Jangadeiros nas duas olímpiadas que viriam.
2012 foi o ano de mais uma participação olímpica do Jangadeiros. A quarta seguida e, até então, a sexta no total. Em Londres, quem representou o Brasil foram Fernanda Oliveira e Ana Luiza Barbachan na classe 470.
2015 ficou registrado pela vitória do Jangadeiros na licitação do Projeto Preparando para o Futuro Olímpico da Confederação Brasileira de Clubes (CBC). Esta ação representou um enorme passo para desenvolver o esporte de alto rendimento. Através do convênio nº42 , Edital nº5, o CDJ receberá 26 barcos para a classe Optimist, seis para a 29er e mais cinco para a Laser, além de outros novos equipamentos e materiais esportivos.
Pela quinta edição consecutiva, e a sétima no total, atletas do Jangadeiros representavam o país em uma Olimpíada. Mas desta vez, esses jogos tinham um gostinho especial. Pela primeira vez na história, eles seriam realizados no Brasil, na “casa” verde e amarela.
2020: Superação da pandemia e 80 anos de histórias
A oitava década da história do Jangadeiros iniciou como clube restrigindo suas atividades em função da pandemia de Coronavírus que atingiu o mundo. De março de 2020 até o início do ano seguinte, o Clube dos Jangadeiros se manteve fechado para preservar a saúde de seus sócios e funcionário. Mas mesmo assim, o Jangadeiros se aprimorou e realizou a reforma dos banheiros da ilha, implementou energia solar e tornou-se um clube autossustentável.
O incio do ano de 2021 foi marcado pela realização de duas grandes competições que reuniram os principais atletas do Brasil no Clube dos Jangadeiros. Em fevereiro, o Campeonato Brasileiro de 29er contou com a participação das grandes duplas da classe nas águas do Guaíba e foi conquistada pela dupla Vinicius Koeche e Gabriel Simões, do CDJ. Ainda no mês, o clube sediou a Seletiva de Optimist 2021, competição que definiu a equipe brasileira que disputará as competições internacionais da classe. Os eventos seguiram todos os protocolos de prevenção e tiveram um feedback positivo quanto à organização, instalações e realização.
Após a normalização das atividades em função da diminuição de contágio em função da COVID-19, em 2021 o Jangadeiros voltou a promover seus tradicionais eventos e regatas.
Ao completar seus 80 anos o Jangadeiros continua determinado em ser um porto seguro para seus sócios, com o foco na vela mas não deixando de cuidar atentamente de suas instalações e no bem-estar de todos.
Que venham os próximos 80 anos de muitas conquistas e muitas alegrias!
Fonte: jangadeiros.com.br